Exposição saudável! Será que é possível?

Câncer de Pele! Uso de protetor solar! Temas recorrentes no verão e que parecem "batidos", mas que, com o aumento de casos da doença a cada ano, principalmente de mortalidade, fazem refletir sobre o comportamento, os cuidados com a saúde e fazem acender o sinal de alerta. O assunto vem à tona principalmente no verão quando as pessoas mais se expõem ao sol, mas já é sabido a necessidade de cuidados o ano todo. Para se ter uma ideia do quanto o tema em volta do Câncer não é "batido", o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que a incidência total de Câncer no Brasil é de 600 mil novos casos em 2019. Só o Câncer de Pele não melanoma, o mais frequente do país, deve chegar a 165 mil novos casos diagnosticados este ano, ainda segundo o Inca. Em 2018 foram registrados 171.840 novos casos de câncer de pele no Brasil. Nesse número, Santa Catarina tem uma taxa estimada de 6,14 casos para cada 100 mil homens e 5,33 casos para cada 100 mil mulheres, segundo o Instituto. Em 2013, foram 3.316 mortes por câncer de pele, dos dois tipos, sendo 2.547 homens e 1.413 mulheres no país. Números altos e que servem como alerta. Segundo a médica dermatologista Paula Barroco, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, as pessoas precisam levar a sério a proteçã e entender que o perigo não está só no verão e não só na praia, quando costumam se proteger. "As pessoas tem a sensação de que é preciso se proteger só na praia ou na piscina e desconhecem que a radiação ultravioleta está presente o ano inteiro e é a responsável pelo câncer de pele. É preciso se proteger em todas as épocas do ano todo e não só no verão, ou pior, só quando se vai à praia", ressalta. Segundo a médica o diagnóstico precoce do melanoma é essencial. O problema é que poucos se atentam aos seus sinais. Ele pode surgir, por exemplo, de um sinal antigo, que nasceu com a pessoa e que se modificou ao longo dos anos, ou ainda de um sinal que nasceu com o tempo. “Machucadinhos” na pele, aqueles demoram para cicatrizar, que vão e voltam e os sinais que sangram com facilidade também precisam de atenção. Ainda de acordo com a médica, um erro muito comum em quem pensa que está se protegendo no verão, é que muitos não passam o protetor da forma correta, ou não reaplicam de 3 em 3 horas, ou usam fatores muito baixo, ou pior - pensando na beleza usam óleos bronzeadores e esquecem da saúde. “Uma informação importante e desconhecida por muitos, é a de que o sol que a gente pega na infância e o número de queimaduras solares são os maiores responsáveis pelo câncer de pele do tipo mais agressivo, o melanoma”, explica. Sendo assim, o ideal é que a proteção que deve começar ainda na infância, se estenda às barreiras físicas como chapéus, guarda-sol, roupas com proteção ultravioleta e filtros específicos para as crianças, que são mais resistentes. Recentemente (semana passada) o técnico Vanderlei Luxemburgo, do Vasco, foi diagnosticado com câncer de pele. Depois de realizar uma biópsia de três pintas do nariz, uma delas acusou que era maligna. Ele fará uma cirurgia para completar a retirada do tumor do nariz. Luxemburgo tem 67 anos. Tipos de Câncer Quanto mais sol uma pessoa toma, mais manchas na pele ela vai ter. Entre os canceres mais comuns estão o basocelular e o espinocelular, que quando detectados a tempo são mais fáceis de resolver. O mais agressivo, e que está no radar dos médicos, é o melanoma, pois ele pode gerar metástase. Segundo a dermatologista Paula Barroco, "as pintas mais 'feias' são o principal sintoma do melanoma, tipo de câncer que afeta os melanócitos (que produzem pigmento). É preciso atenção, pois apesar de ser o tipo menos frequente entre os tumores da pele, tem o mais alto índice de mortalidade e geralmente se apresenta em pacientes jovens. Mas, quando se descobre a doença precocemente, a chance de cura ultrapassa os 90%." Os principais fatores de risco para o câncer de pele não melanoma são: - pessoas de pele clara, olhos claros, albinos ou sensíveis à ação dos raios solares; - pessoas com história pessoal ou familiar deste câncer; - pessoas com doenças cutâneas; - pessoas que trabalham sob exposição direta ao sol; - exposição prolongada e repetida ao sol; - exposição a câmeras de bronzeamento artificial. Como identificar pintas suspeitas Uma regra adotada internacionalmente pelos médicos é a do “ABCDE” que aponta sinais sugestivos de tumor de pele do tipo melanoma: - A de Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra; - B de Bordas irregulares: contorno mal definido; - C de Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul); - D de Diâmetro: maior que 6 milímetros; - E de Evolução: mudanças observadas em suas características (tamanho, forma ou cor). Na maior parte das vezes alterações como estas na pele não são causadas por câncer, mas é importante que elas sejam investigadas por um médico. Dezembro Laranja - mês de conscientização As ações de prevenção contra o câncer de pele e de conscientização para a proteção solar são intensificadas nessa época do ano. É em dezembro que a Sociedade Brasileira de Dermatologia realiza um dos movimentos mais importantes ligados à área da saúde do país. Batizado como Dezembro Laranja a campanha, que acontece desde 2014, tem o objetivo de fortalecer a importância da utilização de medidas fotoprotetoras e do diagnóstico precoce sobre este, que é o tipo de câncer mais comum no Brasil. A ação faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele. O câncer da pele é o tipo da doença mais incidente no Brasil, com cerca de 180 mil novos casos ao ano. Quando descoberto no início, tem mais de 90% de chances de cura. Em 2019, o enfoque será nos principais sinais do câncer de pele para o diagnóstico e tratamento precoces.

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